Quando ela dança ela fecha os olhos...

Dos cilios bem delineados de rímel.

E quando ela fica triste ela se esconde...e chora as lágrimas que você não vê.

O que ela guarda no coração o homem não saberá, quem pode decifrar as segundas linhas de suas poesias?

E se ela as esconde...tão forte como de noite aperta o peito...para que suas emoções não virem som.

O que ela quer dizer com suas atitudes de puro desapego, não vai saber, por que ela se tranca em si mesmo...e você não pode entrar.

Esse muro que ela ergue...essa escada que ela aumenta.

Esse impecilho que ela inventa para você se afastar...

Por trás desse sorriso, que te engole, por trás da socialidade que a envolve...por trás da profissional que a dissolve...existe um mundo que você não vê.

Esse mundo que vive nela, cresce nela e um dia vai tomar conta de tudo...vai ser a enxurrada correndo..vai ser o rio se alastrando...vai ser o mar arrebentando.

Correndo sem parar.

Ela tem o rosto de menina...cheio de sardas...de um aparente distanciamento...

Nos olhos dela e seus sapatos carregam a poeria dos caminhos que ela já andou.

Tão nova, tão mulher...tão vivida como ela quer demonstrar.

Tão medrosa como ela é...como ela tenta ocultar.

Dos amores que carrega ela não quer mostrar...tão minha irmã ela já é, mesmo não tendo o mesmo lar.

Ela é do mundo...eu sei.

Ela é da vida...tb.

Ela é do vento...que a carrega pra qualquer lugar...