Me lembro do primeiro dia que me lembro de ser eu.
Eu acordei cedo, por que era meu primeiro dia na escola...todo mundo dormia...e eu estava pensando em como que as pessoas conseguiriam dormir se eu estava prestes a ir para a escola?
Eu não conseguia entender.
Eu me escondia atrás do carro do pai com a Aline...a mãe chegou com um pacotinho na mão, veio do Hospital...era minha irmã caçula...
Gostaria de conseguir fazer um bom relato cronológico...mas acho incrível como a nossa mente ardilosa faz a gente ir se lembrando somente dos pedaços...dos fragmentos.
Lembro de ficar curvada no carrinho da minha irmã fazendo ela rir...ela era séria demais e eu adorava quando ela dava risada...o que era muito raro.
O pai levava a gente para passear sempre...era difícil a mãe ir com a gente...mas o meu pai sempre levava...
Meu pai, grande, jovem e lindo...com cara de moleque, vaidoso... o primeiro homem que amei na vida...meu primeiro amor.
A mãe era artesã, fazia coisas para casamento, emprestava a gente de daminha as vezes...e tinha três ajudantes dela em casa.
Aquela imagem dela trabalhando sempre...mesmo em casa, sempre orientou a minha vida...seja independente sempre...não importa se for pouco...mas será seu.
Me esforçava para tirar boas notas...eu tinha pilhas de diários de raivas e amores impossível e sonhados.
Jogava no time da escola e era muito paquerada...
Eu tinha muitos amigos e várias inimizades...
E eu também pensava que tudo era colorido e eu teria um principe encantado.
Hoje aos 27 anos, fico pensando em como idealizamos a vida, construimos sonhos e traçamos rotas, porém nada na vida é estável...e imutável.
Tudo sempre muda...e muda sempre...não podemos mesmo é ficar parados.
Esperando na frente da maré...a vida acertar a gente.
Não podemos sonhar, sem fincar os pés no chão.
Devemos fazer da nossa realidade um guia e nosso coração a bússola...mas a mente tem que ter um mapa...sempre.
Novos rumos...o principio era o nada...mas hoje...eu sempre bem o que eu sou.
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