O tempo passa e pode ser que ele realmente apague tudo...
Mas ele não pode apagar o que o sangue sempre grita.
Ele não apaga e nem mesmo amarela com o tempo...o meu amor de pai.
Eu tive o privilégio de conviver com ele por 23 anos...tive a felicidade de ter sido a dona do seu colo.
Pude aprender todos os valores de como pelo menos tentar ser bom...coisas que ele conseguia e muitas vezes eu nem mesmo sei...
Ele era honesto e trabalhador, mesmo quando a minha idade não enxergava ele mais como super heroi.
Ele era íntegro e verdadeiro.
Tinha suas crises de mau humor, mas ele é o meu amor.
Eu lembro até hoje do cheiro de lavanda...da barba bem feita e do seu carinho que nunca teve igual.
Das poucas brigas, por que a gente se amava demais e daquele sorriso tão protetor.
Eu sonhava com você me levando na igreja...eu sonhava em você me entregando na mão do meu marido.
Eu via meus filhos subindo no seu ombro...brincando e dando risada com você.
Você cuidando e penteando seus cabelos grisalhos...e me dizendo o tempo todo como os meus filhos se parecem comigo e com a nossa familia.
Ele daria razão para as reclamações do meu marido...justamente por conhecer sempre como eu era.
Diria que eu sou terrível e sempre fui...e que claro..eu puxei a minha mãe.
Ele iria estar lá no dia da minha formatura...cheio de orgulho, chorando disfarçado, estaria no meu noivado emocionado também torcendo para que eu fosse imensamente feliz.
Por que eu era a filha amada, eu era o amor da vida dele, seu empreendimento mais bem sucedido.
E ele é o meu amor...o amor de toda a minha vida.
Cada vez que ouço essa querida amiga falar assim, com tanto afeto e saudade do pai, lembro a mim e a quem for: Ame HOJE!
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