quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Meu coração nas mãos.

Alguns dias eu sinto tanto medo da noite, medo da noite me engolir e não devolver mais.
Eu sinto medo da escuridão que as vezes eu sinto dentro de mim.
Por que mesmo convivendo com tantas pessoas as vezes nos encontramos tão só?
Sentimos o que não deveriamos sentir...a garganta formando um grande nó.
Eu queria sair das convenções, poder dizer não a alguns padrões...mas eu não posso.
Estou presa nessa rede de procedimentos e ordens que eu preciso seguir...que eu preciso digerir.
Alguns dias eu sinto tanto sono durante o dia...e alguns dias eu fico totalmente desperta durante a noite.
Eu não sei o que espero, eu não sei o que eu preciso.
Coloco meu joelho no chão e oro. O conforto do sono eu quero encontrar.
Mas ele não vem dormir comigo.
É o meu coração que eu quero adormecer.
É a minha garganta que eu preciso que pare de apertar.
É meu quarto que eu preciso que pare de encolher.
Minha ansiedade que precisa tirar férias.
Por que em alguns dias de calor eu sinto tanto frio?
O frio dentro do meu ser.
Por que em dias tão secos eu sinto chovendo aqui dentro?
Eu abro a porta a angústia encostou o guarda chuva, ela quer ficar aqui, não sei por quê.
Abro a porta e meus erros me acenam da rua.
Todos eles sempre vem me ver.
Guardo minha voz, como a pilula embaixo da língua...eu guardo minha tristeza como quem guarda um grande tesouro.
Eu guardo meus sonhos como quem espera um milagre.

Eu deixo as minhas mágoas todas na lavanderia.
Eu varro todos os meus anseios para a fora.

Eu lavo a minha alma com as lágrimas que eu não queria mais chorar....

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