sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Saudade se chama Dirce...



Ela se encantou com as luzes da ribalta e fugiu, a pequenina grande mulher... tão pequena, tão delicada.
E o corpinho frágil de parar o trânsito enlouqueceu de paixão o italiano que esqueceu a familia para seguir ela.
69 anos de muita vida...é isso que foi...69 anos de muito amor, de muita luta...
69 anos muito bem vividos.
Eu conheci tão pouco dessa mulher, sua filha, minha amiga, trouxe ela pro meu mundo, ela é daquele tipo de mulher engraçada, observadora, do tipo fácil de gostar...muito fácil de gostar.
Passamos a vida esbarrando nesse tipo de pessoa, dessas pessoas que vem ao mundo sabendo já o que quer...
Eu acho estranho como simultaneamente podemos conhecer e gostar de alguém, como se esse alguém já nascesse predestinado a causar simpatia, paixões e cultivar em volta de si pessoas.
De repente... quando a doença veio, quando a morte começou a rondar...mesmo assim ela foi mais forte, ela lutou o quanto pode, ela buscou a cura...mesmo quando ela não estava mais lá.
Viver em força é difícil, ser forte no meio da dor e prevalecer você mesmo.
Deixar saudade...ser querida, isso pertence a vida de poucos.
Quando eu fui lá, naquele lugar branco, achando que daria coragem...reunindo o pouco que eu sentia...por que a morte já me tocou uma vez...tirando o meu amor maior...eu descobri para a minha surpresa que a coragem morava nos olhos dela.
Senti admiração e carinho por aquela mulher tão pequena e ao mesmo tempo tão grande, tão fraca e ao mesmo tempo tão forte.
Dirce Demure, nome de atriz...mulher forte, mãe da Angelica, da Mariu e da Beba... mulher,filha,irmã gêmea,vó da Pico, moça bonita,senhora de si, filha amada de Deus... o feriado ficou mais triste, a chuva parecia choro... por que sua luz se apagou...

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